Antônio Damião de Souza, de 58 anos, já teve três infartos. O aposentado precisou mudar a dieta, incluir exercícios físicos na rotina e evitar estresse para tratar o colesterol ruim e evitar novos acidentes.
A nova maneira de encarar a doença veio depois das consultas no ambulatório de dislipidemia familiar do Hospital de Base, instalado em janeiro deste ano. “Foi determinante para eu mudar”, observa o morador de Luziânia (GO).
O ambulatório atende pessoas que têm colesterol ruim e triglicérides com taxa acima de 190 e 500 miligramas por decilitro, respectivamente. “Nós sabemos que o colesterol entope as artérias do cérebro e do coração. Por isso, é a principal causa de morte no mundo”, explica a idealizadora do serviço, Ana Cláudia Cavalcante Nogueira.
De acordo com a cardiologista, pacientes com essas taxas são considerados de alto risco. O objetivo do ambulatório, então, é identificar essas pessoas e estabelecer um tratamento ideal para cada uma delas.
O espaço começou recebendo demanda encaminhada pelo próprio Hospital de Base. Ana Cláudia conta que, no primeiro semestre, o projeto funcionou como piloto, para que falhas fossem detectadas e pudessem ser resolvidas.
Agora, a ideia é atender qualquer paciente que precise do acompanhamento. Basta procurar o ambulatório, que fica na ala de cardiologia do hospital, na Asa Sul. É preciso ter um lipidograma recente. A médica, então, avaliará se o caso precisa ou não dos cuidados.
Os atendimentos ocorrem toda quarta-feira, a partir das 13 horas. “Eles chegam à consulta sabendo que passarão a tarde comigo”, ressalta Ana Cláudia. Isso porque, em um mesmo dia, o paciente tem acesso às consultas de todos os profissionais de que necessita.
O fluxo é determinado pela cardiologista, a primeira a receber o paciente. Com base no perfil de cada pessoa, ela faz o encaminhamento para a próxima especialidade. O ambulatório ainda tem:
Segundo Ana Cláudia, a estrutura foi pensada depois de perceber que muitos pacientes retornavam ao cardiologista sem ter feito mudança de hábito, mesmo sabedores da importância disso para o tratamento. “Eu mesma, quando falava sobre a dieta, acabava sendo muito generalista. Com a equipe, isso mudou.”
O plano de cuidado é fechado e acompanhado em conjunto por todo o grupo e atende às especificidades de cada paciente. “No final, nos reunimos e, onde há dificuldade, trabalhamos individualmente caso a caso”, detalha.
Para a médica, o resultado concreto do trabalho multidisciplinar é a diminuição nas taxas de colesterol ruim. “Estamos recebendo o retorno dos primeiros pacientes e vendo que eles realmente aderiram ao tratamento. Estão sendo mais bem cuidados.”
A Secretaria de Saúde estima que, no DF, pelo menos 15 mil pessoas tenham colesterol ruim acima dos 190 miligramas por decilitro. Por isso, é importante fazer frequentemente o controle, principalmente se há casos do mal cardíaco na família.
“Esses pacientes precisam ser identificados antes que haja a manifestação da doença. Muitos descobrem o problema quando têm um derrame ou um infarto”, alerta a cardiologista. Para isso, na visão dela, a responsabilização de cada pessoa pela própria saúde é fundamental.
Quadro de Detalhamento de Despesas – Orçamento 2019
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